domingo, novembro 20, 2011

Essa merda de ciúmes. Desabafo.




Por Nathalia Moraes


   Que sentimento é esse que chega sem pedir licença, me invade da cabeça aos pés, me derruba sem dó nem piedade? Quem inventou? Quem permitiu? Como é que eu me livro disso?
    Meu desejo profundo hoje, era que cada pessoa que vive a criticar, sentisse um terço dessa merda de ciúmes que eu sinto. Porque é fácil falar quando se tem o desapego como seu grande aliado, mas não é o meu caso, eu não escolho sentir ciúmes, vocês conseguem entender isso? É difícil para vocês, né? É mais fácil me chamar de louca, descontrolada, insegura e o diabo que te carregue. E se eu for, me deixe ser.
    Você, vocês todos aliás, que não sentem um pinguinho disso, não sabem do que eu estou falando, do que eu sinto, mas saibam: eu não escolhi ser assim. E não me venha dizer que eu tenho que me controlar, porque controle me falta desde que eu vim a esse lindo mundo de hipocrisia.
   Entenda que o pior não é o escândalo, ou a cara fechada, o choro, ou as brigas, se eu quiser, eu evito tudo isso; o pior é esse veneno que circula junto ao meu sangue. Porque eu posso muito bem ficar quieta, parecer controlada, mas ainda não consegui achar um jeito de controlar o que eu sinto.

    Sabe, eu fico aqui me segurando, repetindo mil vezes todos os mantras possíveis, mas o que posso eu fazer se eu não consigo controlar essa merda de ciúmes? Juro que se alguém inventar uma fórmula, eu compro. Pago todo o meu salário nisso, faço uns empréstimos também se for preciso. Quero saber como é que faz para escolher sentir apenas alegria, prazer, segurança e desapego.
    Se vocês, que adoram dizer o quanto são livres, imaginassem o quanto é sofrido... não por vocês que assistem o show, me desculpem, mas quem sofre mais sou eu, que luto para me controlar, para não sentir, assim como eu luto contra os amores-mal-resolvidos que adoram pular de para-quedas na minha vida, dói muito mais em mim. Talvez eu tenha mesmo no sangue tendências sadomasoquistas, porque nem se eu fizer um curso de purificação na Índia, nem assim eu acho que me curo desse mal.
     O ciúmes é uma droga, um vício, uma merda! A diferença é que eu não escolhi experimentar para ver se é legal, ele simplesmente chegou, assim, sem avisar e ficou. E agora reaparece sem o meu concentimento. E minha vontade é acabar com você, com ela, elas, seja ela quem for, mas na real, eu só acabo comigo mesmo.
     Pode me chamar de boba, e dizer que ciúmes não adianta e dar continuidade ao seu dirscurso desumano, vamos lá... sou fraca, sou criança, sou choro, sou alma pedindo sossego, sou coração que não aguenta mais explodir. Ei, e não me venha agora com o seu dó, eu não preciso dele, eu não preciso de nada. Tá, eu preciso apenas que você me respeite e pare de me olhar assim.
     Talvez com o tempo, é... quem sabe o tempo, que me ajuda a resolver tantas questões, não me ajude também a ser mais pacífica, tranquila, afônica. Por enquanto eu vou levando assim, me corroendo por dentro, mesmo me achando a pior das espécies, a cada vez que eu sinto que você pode preferir sair da minha vida para viver em outra, até me destruir por inteira ou até que meu corpo entenda de uma vez por todas que não é me matando de ciúmes que eu vou conseguir que você, ou qualquer outra pessoa fique do meu lado, pelo contrário, que isso só afasta, talvez um dia meu coração entenda que o meu ciúmes não te torna mais meu, e que ninguém é de ninguém, que você pode escolher estar com qualquer outra, mas que escolheu estar comigo agora, e isso basta.
    Talvez um dia eu pare de maltratar meu coração, talvez um dia ele pare de me maltratar...
     

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