sexta-feira, maio 11, 2012

Na sua casa ou na minha?


Por Nathalia Moraes

    Problemas com o cheque especial, e uma manhã inteira de estresse no banco... Situação perfeita para uma segunda-feira, não? Pois bem, foi assim que a minha começou, porém, em meio a tanto mau humor, fui surpreendida. E surpresas boas são essas que acontecem nessas segundas que a gente nem espera mesmo. 
    O gerente do banco estava de férias, e um outro funcionário estava substituindo. Engraçado que já tinha o visto por lá, mas nunca reparado direito, o que acabou sendo impossível evitar ali, sentada frente a ele. Além de uma graça, o rapaz ainda era bem simpático e conseguiu até me fazer rir, mesmo irritada. 
    Entre um cadastro e outro, conseguimos falar até sobre as propagandas mais marcantes da tv. Quando ele, finalmente resolveu minha situação, senti até pena de ir embora e interromper nosso papo, mas para minha surpresa, ele se arriscou em me ligar assim que pisei fora do banco. Ok que pode não ser muito profissional, mas adorei a ideia de continuarmos a conversa fora daquele ar condicionado. 
    E foi naquela segunda-feira mesmo, fomos para um bar discutir nossas filosofias malucas durante mais algumas horas, acompanhados de uma cervejinha, boas risadas, mãos que se encontravam "sem querer" sobre a mesa até encerrar o papo com o "melhor ir embora". 
    Me deixou em frente a minha casa, mas quem disse que consegui escapar do beijo de despedida, que foi se transformando em mãos, bocas, e corpos colados? Dois adultos trancado num carro com os vidros embaçados e muito calor, até ele me perguntar: "Na sua casa ou na minha?"
   Bom, se me permitem uma pausa... Já vou avisando que se você já está torcendo o nariz e pensando mal da mocinha da história, é melhor parar de ler aqui e voltar em outro texto. Cabecinhas fechadas nesse não!
   Continuemos...
   Quando ele me perguntou pra qual casa ir, foi como se todos os meus sinais de bom senso tivessem sido ativados, e disparado uma sirene, fazendo com que eu me afastasse da sua respiração ofegante e em fração de segundos entrasse em uma discussão interna entre o famoso e imortal tema "dar ou não dar". 
   Antes de encontrar a melhor opção, é preciso livrar-nos de qualquer pré-conceito barato e o que aprendemos na cartilha de "moça pra casar" da vovó, e prestarmos atenção no que de fato tem importância nessa decisão. 
   Temos duas opções aí, uma é seguir os bons modos e encerrar a noite ali mesmo, deixá-lo ir embora e dormir na vontade, esperando que ele ligue no dia seguinte, afinal, você se comportou e ele deverá levar isso em consideração - ou não, ou talvez ele te procure sim, mas só até você ceder, e depois esqueça seu número perdido entre tantos.
   A segunda opção é ser fiel a sua vontade e escolher para qual casa devem seguir, ter uma noite incrível e saber que se ele te procurar depois, foi porque ele quis repetir a dose, seja do bom papo, das risadas ou porque não da cama?! 
   O importante é entender, que ir ou não aos finalmente, na primeira vez, é estatisticamente irrelevante para o suposto futuro de uma suposta relação. Essa noite pode ser apenas uma noite, encerrada com chave de ouro. Como pode ser só o começo de uma vida juntos - como já vi em tantos casos. Isso vai depender mais da intimidade que se criou ao entregar-se a um "pseudo-conhecido", desde o primeiro toque, de como os olhos se encontram, de como a pele arrepia, do quanto vocês pareciam íntimos em tão pouco tempo, que do julgamento de falsa moral do parceiro.
  Claro que não estou dizendo que é para sair por aí distribuindo, que tudo bem. Bom senso está aí para ser usado, né? Existe sim, a possibilidade de se decepcionar, ou acabar sendo assunto de uma rodinha de meninos, mas também existe a chance, de que, não sendo um babaca infantil, essa decisão seja vista com bons olhos, e que o rapaz sinta-se especialmente irresistível (sem orgulho barato), o que pode ser imensamente sedutor, se a mulher souber tratá-lo com um carinho notável, e se o rapaz souber reconhecer à altura. Afinal, quem não gosta de sentir-se único e especial? Mesmo que só por aquele momento.
   O que falta entender, é que essa primeira fase, é eliminatória para os dois, não só para o homem, como é sempre colocado. Algumas coisas nos provocam a vontade de repetir, ou não. Excluindo qualquer tipo de julgamento canalha ou imaturo. Se o fato de não privar-se de uma vontade que se tem, fizer com que o cara te olhe com maus olhos, e isso for um motivo relevante para que ele ache que você não é para ele, então ele, com essa ideia machista e conservadora, tampouco servirá para você. 
   Concluímos de uma vez por todas então, que pouco tem a ver, o tempo que se conhecem, o que importa realmente, é a vontade de ambos. Nem sempre sente-se tão a vontade com alguém que você conhece há anos, como com alguém que você conheceu naquela manhã. 
   A noite terminara ali, nem na minha casa, nem na dele, mas nem de longe pelo motivo de ser certo ou errado, simplesmente por não estar preparada aquele dia. O que não me impede de dar uma passadinha no banco no final da semana e convidá-lo para uma saidinha  com direito à uma esticada na minha casa ou na dele.
   
   
   
  
   
   
   
   
   
   
   
   
    




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